quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ela, a menina.




Excessivamente carente, psicopacticamente ciumenta e um desejo e uma vontade de ter alguém para amar e receber amor, inigualáveis.
Ela nunca escondeu a necessidade e o anseio que sentia de ter um namorado, alguém a quem pudesse chamar de seu. Mas não poderia ser qualquer um, de qualquer jeito. Tinha que ser um rapaz ou um homem talvez, que pudesse caminhar de mãos dadas consigo, frequentar bares, ir a festas, fazer viagens e aos domingos, ao fim da tarde, acompanhá-la a missa.
Aquela menina buscava romantismo, carinho, toques e afeições. Nada de formulas feitas, regras pré-estabelecidas, comodismos ou monotonia. Apenas AMOR, cumplicidade e cores, muitas cores.
Sonhava em viver uma intensa paixão, carregada de desejo e eternidade.
 Ilusões que a impulsionavam a nunca desistir de tornar real os seus sonhos, embora pitorescos e pouco aplicáveis à realidade, mas que a faziam ter esperanças de que encontraria o seu par, alguém que se encaixasse na sua maneira de ser.
Ela, a menina, nunca teve vergonha de expressar o seu sentir e o seu pensar, de tentar e tentar e tentar, as vezes que fossem necessárias, uma oportunidade de concretizar as suas vontades. Mas ela sabia, bem no fundo, que talvez jamais conseguiria sua outra metade encontrar. Que seus sonhos e a realidade se diferem em proporções gigantescas e que na prática, viver de ilusões não funciona.
Contudo, o que seria dela?
Da menina que desde criança desejava para si, um final feliz como nos contos das princesas?
Como viveria ao perceber que amores não são perfeitos, que em certos casos não existe o ‘pra sempre’, que em muitos outros é só sexo, química e que na maioria deles o amor machuca, deixa feridas que nunca cicatrizam e uma dor na alma indesejável?
Para Ela, certamente nada disso importaria, desde que vivesse, por um instante se quer, o AMOR recíproco, entre um homem e uma mulher. Que sorrissem juntos, que trocassem confidencias e se amassem com toda intensidade de uma paixão. De tal modo que aquele instante se tornasse eterno.
Mesmo sabendo, antecipadamente, que tempos depois, tudo não teria passado de uma lembrança, uma inesquecível e pura recordação de AMOR. Entretanto de um AMOR vivido, realizado, embora que por um instante, eterno.
E assim, a menina levaria consigo, a memória da realização do seu sonho e a certeza que tudo pode acontecer, desde que se acredite no que se quer e busque, incansavelmente, o que se deseja.
Não de todo jeito, ou a qualquer preço, muito menos com qualquer pessoa. Mas com alguém que a tenha feito perder o fôlego, que tenha trazido a Ela um brilho ao olhar, uma palpitação ao seu coração nunca sentida antes, um frio na barriga e uma coragem indescritível de se jogar na vida, de viver e AMAR. Uma pessoa que se encaixe com o jeito dela de ser, a ponto de serem um só, mesmo que por alguns segundos. Fazendo daquela menina, uma MULHER.

Flávia Careiro
10/09/12
01:50:32H

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