Sou nascida e criada na Igreja Católica
Apostólica Romana e ainda bebê batizei-me nas águas de Cristo e passei a
frequentar a missa.
Mesmo muito pequena, caminhava nas
precisões vestida de anjo, aos dez anos de idade recebi Jesus pela primeira vez
em comunhão, logo em seguida comecei a coordenar a Infância Missionária, recém
instalada em nossa paróquia.
Aos 13 anos renovei-me em Cristo e
repousei em seus braços pela primeira vez, assumindo desde então Jesus Cristo
como meu rei e senhor.
Durante quatro áureos anos, trabalhei e
participei da Renovação Carismática Católica, onde fui MUITO FELIZ.
Entre esse tempo, aos 15 anos, reafirmei a
minha fé e confirmei o meu batismo através da crisma, a qual também participei
da coordenação por um ano.
Fiz algumas visitas ao Shalom, sensação da
época na cidade, mas não me identifiquei.
Um certo dia, comecei a me questionar
sobre tudo que vi, vivi e aprendi durante todos esses anos como participante
assídua da minha comunidade e da Renovação Carismática. Foi então que decidi,
aos 17 anos, cursando a última série do ensino médio, que era hora de parar.
Sentia uma enorme necessidade de conhecer
o ‘mundo’ e o que ele tinha para me oferecer.
Comecei a duvidar se tudo era de fato como
vivenciei até então, sem hesitação eu abandonei a ‘igreja’, peguei a minha cruz
e fui percorrer o ‘mundo’ além das paredes da Santa Igreja.
Inicialmente tive dificuldades em me
adaptar, tudo era pecado e me levaria a queimar no fogo do inferno.
Certo dia, convidada por algumas amigas,
fui a uma festa no centro da cidade. Lá chegando deparei-me de cara com muitos
dos meus orientadores da Renovação, casais espelhos para mim e jovens com
testemunhos, vivendo no mundo como se a ele pertencessem.
A surpresa foi grande, a decepção maior
ainda...
Afinal, aqueles que tanto nos direcionavam
ao caminho santo, não estavam percorrendo-o.
Pensei.
A partir de então, ENTENDI que para ser de
Deus, não é necessário viver a margem do mundo, alienado por doutrinas e proibições, que certas
vezes só funcionam em teoria. Ou longe das pessoas diferentes de nós e nem
abster-se das coisas mundanas, visto que o mundo é uma criação divina.
Decidi então, daquele dia em diante, que
encontraria o equilíbrio entre as partes, para continuar servindo a Deus e
participando do mundo, sem que me julgassem de ir à igreja e fazer tudo.
Hoje tenho 24 anos. Sou formada em
Administração e me tornei uma pessoa extremamente crítica, pesquisadora da
espiritualidade e ainda mais temente a Deus.
Recentemente, após sete longos anos
afastada dos movimentos religiosos, participei do Encontro de Jovens com Cristo
e reafirmei, mais uma vez, o Amor de Deus por mim, do jeito que Eu Sou e o seu
desejo de me ver sentindo a Ele. Mesmo Eu não aceitando a ideia de que
precisamos de rótulos para servirmos ao Senhor.
Pois acredito que a partir do momento que
decidirmos servir a Deus e levar seu evangelho a toda criatura, devemos assumir
as nossas iniquidades e que todos somos iguais perante o Senhor, não julgando
ao próximo por terem feito escolhas diferente das nossas.
Creio também que o fato de estarmos a
frente de determinado movimento ou evento religioso, não nos qualifica superior
aos demais; que não podemos nos deixar dominar pelo orgulho e que a soberba não
pode em nós fazer morada, que a Igreja de Deus, que somos nós, NÃO PODE, NEM
DEVE ser transformada em ‘NOSSA IGREJA’. Embora tenha consciência de que a
verdadeira Igreja de Jesus Cristo sejamos nós, contudo, nós enquanto seres
humanos, somos falhos e pecadores.
Todavia, está tem sido uma realidade em
muitas paróquias, comunidades e porque não dizer dioceses. A monopolização da
Casa de Deus, dos grupos e movimentos religiosos, bem como o desfavorecimento
de uma classe em detrimento de outra ou ainda a exclusão de alguém por ter um
ponto de vista contrário ao de quem ‘pastoreia’ o rebanho.
Não condizendo desta maneira com o que pregou
Jesus aos seus discípulos:
“Amarás teu próximo como a ti a mesmo.”
Contudo, DECIDI que não me deixarei abalar
pela pequenez humana destas pessoas e continuarei o meu caminho, servindo a
Deus e frequentando os movimentos religiosos que me fazem bem, que me
enriquecem enquanto Filha de Deus, que Sou e me cercando de pessoas que
acreditam no Meu Sim.
Dispenso rótulos e críticas que não sejam
construtivas e vou seguindo o meu caminho, fazendo a minha parte. Pois Sou Uma Santa
de Causa Jeans e o meu jeito de ser Igreja pode não agradar aos homens, mas a
Deus não desagrada, pois ele nos AMA mesmo com todas as nossas falhas e conhece
as verdades do nosso coração.
Eu Nasci pra dar Certo e não será o
julgamento preconceituoso das pessoas que se dizem 'igreja', que me impedirá de
servir a Deus e ser quem eu sou...
Filha do Céu!
Flávia Carneiro
20/08/2012
11:54:25h
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